Igreja, Casa e Missão

                                                                                                                                             Dom Carlos Romulo G. e Silva                                                                                                                                             
Bispo de Montenegro

A Igreja Católica no Brasil, depois de longo período de avaliação e partilha, definiu suas novas Diretrizes para a sua ação evangelizadora para os anos de 2019 a 2023. Nós, como Igreja católica em Montenegro, também estamos avaliando nossa caminhada pastoral e evangelizadora para organizar nosso Plano de Pastoral para os próximos anos.

A Igreja sempre é chamada a voltar à fonte, que é a Palavra de Deus. A realidade da sociedade muda e por isso, somos chamados a buscar a água límpida da Palavra de Deus e Tradição da Igreja para que possamos encontrar a jovialidade e a criatividade para evangelizar.

Neste momento, nossa Diocese está num processo de avaliação de sua caminhada pastoral. Estamos olhando nossa realidade social e religiosa, para perceber os valores de nossa experiência eclesial e, ao mesmo tempo, os desafios que nos impulsionam, guiados pelo Espírito do Senhor, a dar novos passos.

As Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil estão construídas a partir da imagem da Casa. Por que esta escolha? Em primeiro lugar, porque a Igreja nasceu nesta experiência. Os primeiros cristãos cultivaram o primeiro anúncio do Evangelho nas casas. Pequenas comunidades abertas para uma grande missão. Nas Diretrizes encontramos esta iluminação: “Em seu duplo movimento, a Casa permite o ingresso e a saída. É, ao mesmo tempo, lugar de acolhimento e envio. Com isso, ela remete aos dois grandes eixos inspiradores destas Diretrizes: comunidade e missão. A Casa é a imagem do que as Diretrizes chamam de comunidades eclesiais missionárias” (Diretrizes da Ação Evangelizadora – Introdução, p.8). O ser cristão implica uma forte vivência comunitária, uma clara pertença existencial e sacramental, e ao mesmo tempo, um desejo de transbordar, de levar o anúncio do Evangelho até os confins da Terra (At 1,8).

Nossas paróquias e comunidades vieram desta experiência de muita proximidade. De modo especial, as comunidades eram lugares que as pessoas se conheciam e conviviam numa mesma realidade cultural. Hoje, vivemos uma realidade urbana, marcada por uma cultura globalizada. Podemos viver geograficamente próximos, mas com mentalidades bem diversificadas. É para esta nova realidade é que temos de pensar a evangelização. O Evangelho é o mesmo, com a mesma força, que quer iluminar nossa realidade atual.

Nossa missão é constituir comunidades vivas, acolhedoras e comprometidas, que sejam Casas. É fundamental uma experiência de sermos acolhidos pela misericórdia. Este encontro, nos leva a faz viver uma experiência de fraternidade, de comunidade. Por outro lado, faz parte da dinâmica do cristianismo, desde sua origem, o testemunho, pela vivência, pelo serviço e pelo anúncio, que se torna missão. A Comunidade que é Casa, acolhe e envia.

Desde o nosso Batismo, fazemos parte desta Casa. Que possamos tomar posse desta experiência cristã. Pelo Batismo, também recebemos uma missão, somos homens e mulheres novos, para testemunhar o Evangelho.

Fonte:CNBB

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