Semana da família

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

A Igreja sempre cuidou da família. Por um lado, por acreditar ser ela não apenas a célulamater da sociedade e o santuário da vida, mas também a “Igreja doméstica” (Constituição Dogmática Lumen Gentium, n. 11). E, por outro, porque está convencida de que “o bem-estar da pessoa e da sociedade humana e cristã está intimamente ligado com uma favorável situação da comunidade conjugal e familiar (Constituição Pastoral Gaudium et Spes, n. 47).

Logo no início de seu pontificado, o Papa São João Paulo II publicou uma Exortação Apostólica sobre a família, como conclusão, precisamente, dos temas tratados e um Sínodo de Bispos sobre a família. Nela, ele afirma com convicção que a evangelização depende essencialmente da saúde espiritual dessa instituição, porque, “onde uma legislação antirreligiosa pretende impedir até a educação na fé, onde uma incredulidade difundida ou um secularismo invasor tornam praticamente impossível um verdadeiro crescimento religioso, aquela que poderia ser chamada “Igreja doméstica” fica como único ambiente, no qual crianças e jovens podem receber uma autêntica catequese” (Papa São João Paulo II, Exortação Apostólica Familiares consortio, n. 52).

Amar a família significa saber estimar os seus valores e possibilidades, promovendo-os sempre. Amar a família significa descobrir os perigos e os males que a ameaçam, para poder superá-los. Amar a família significa empenhar-se em criar um ambiente favorável ao seu desenvolvimento. E, por fim, forma eminente de amor à família cristã de hoje, muitas vezes tentada por incomodidades e angustiada por crescentes dificuldades, é dar-lhe novamente razões de confiança em si mesma, nas riquezas próprias que lhe advém da natureza e da graça e na missão que Deus lhe confiou. É necessário que as famílias do nosso tempo tomem novamente altura! É necessário que sigam a Cristo” (Papa São João Paulo II, Exortação Apostólica Familiares consortio, Conclusão).

A cada ano, durante o mês de agosto temos a graça de celebrar no Brasil o mês vocacional, celebramos na terceira semana do mês, a semana nacional da família. A Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) disponibilizou o subsídio com a temática “A família, como vai?”, que comemora o jubileu de prata – 25 anos – da Campanha da Fraternidade de 1994. A proposta da Semana Nacional das Famílias é indicar a necessidade de a família vivenciar uma profunda experiência de Jesus e da sua Palavra para conseguir vencer os desafios e dificuldades que encontra em seu caminho, e assim compreender seu papel evangelizador na Igreja e na sociedade.

Através do tema: “A família, como vai?”, uma questão simples, mas instigadora, a Semana Nacional da Família no Brasil convida a realizar um caminho de discernimento para compreender melhor a dignidade e a nobreza da família cristã.

O tema deste ano é uma retomada da reflexão que marcou a Campanha da Fraternidade de 1994. Ao voltar ao passado e ver o quanto a Pastoral Familiar já cresceu, percebe-se que a família busca e precisa aprofundar cada vez mais a sua missão na Igreja e na sociedade para conquistar um papel decisivo e central. Esse desejo de estar no centro das ações eclesiais aparece na “Hora da Família”, ligando-o à Iniciação à Vida Cristã, às Políticas Públicas, ao envolvimento com as questões contemporâneas da vida urbana e à missão em meio a outras famílias. O subsídio vem com os tradicionais encontros celebrativos da Semana Nacional da Família e refletem os seguintes temas: Família, vocação e juventude; Família e Políticas Públicas; Família, defensora da vida; Matrimônio e Família no plano de Deus, e por fim, o tema central: A família, como vai? Além dos encontros, o material traz três celebrações temáticas para realizar no Dia das Mães, Dia dos Pais e uma celebração e consagração à Sagrada Família.

Rezemos pela família como nos é sugerido na conclusão da Exortação Apostólica AmorisLaetitia, n.325:

Oração à Sagrada Família

Jesus, Maria e José, em vós contemplamos o esplendor do verdadeiro amor, confiantes, a Vós nos consagramos. Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas. Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias episódios de violência, de fechamento e divisão; e quem tiver sido ferido ou escandalizado seja rapidamente consolado e curado. Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos conscientes do caráter sagrado e inviolável da família, da sua beleza no projeto de Deus. Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica. Amém.

FONTE: CNBB

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